quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Estudo revela as causas da improdutividade dos funcionários nas empresas

por: ALEXANDRA FERREIRA

Pesquisa realizada pela Proudfoot Consulting revelou as cinco principais causas de ineficiência produtiva nas empresas: falta de qualificação profissional (27%), falhas de comunicação interna (25%), legislação e regulamentação excessiva (22%), baixo índice de motivação da equipe (21%) e alta rotatividade de funcionários (20%).
A pesquisa foi realizada com 1.272 executivos de 12 países (Austrália, Canadá, Brasil, Rússia, Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Alemanha, África do Sul, Índia e Espanha).
No Brasil, os problemas de comunicação interna ficaram em primeiro lugar, com 47% dos entrevistados citando o problema, quase o dobro da média global. "Quando analisamos os problemas de comunicação interna no Brasil, descobrimos que o foco da questão está na comunicação de cima para baixo e entre departamentos", explicou o CEO da Proudfoot Consulting em Atlanta, Luiz Carvalho.
Não é à toa que o Brasil foi classificado em segundo lugar no ranking dos países pesquisados, em relação a problemas de comunicação de cima para baixo.
O problema da comunicação interna
De acordo com o presidente da Proudfoot no Brasil, João Currito, o problema da comunicação interna está atrelado à dificuldade das empresas em estruturar as informações, sistematizando a disseminação das mesmas.
O que acontece é que gerentes e supervisores fazem questão de reter para si informações estratégicas, de maneira que os funcionários acabam se sentindo desmotivados. Há quem nem mesmo saiba quais são os objetivos da empresa para a qual trabalha.
"Os executivos identificaram a comunicação de cima para baixo como um problema. Quando não há comunicação entre líderes e subordinados, abre-se espaço para a liderança informal, que, por sua vez, origina rumores destrutivos à motivação da equipe e, conseqüentemente, à produtividade", diz Currito. "As pessoas querem se sentir importantes para a empresa. Elas precisam se identificar com a empresa e querem saber para aonde ela vai. É preciso existir uma comunicação formal e estruturada, que atinja todos os níveis hierárquicos da empresa", acrescenta o presidente da Proudfoot no Brasil.
Sobre a falta de motivação
Justamente a baixa motivação dos funcionários foi a segunda principal barreira aos ganhos de produtividade. A seguir, aparecem os problemas com as tecnologias de informação e de comunicação, a falta de vontade da gestão sênior em implementar programas de mudança, e a falta de alinhamento entre o desempenho do funcionário e métricas de bônus e objetivos corporativos.
"É essencial que as empresas alinhem corretamente suas métricas de desempenho e planos de incentivo aos objetivos corporativos", disse João Currito. "Se as métricas e os programas de incentivo estiverem mal alinhados, você incentiva funcionários e gestores a se dedicarem a atividades que vão à direção oposta de seus objetivos de negócio. Isso é contraproducente, e prejudica a capacidade da empresa de aprimorar sua produtividade em áreas-chave".
Analisando cada entrave
Confira o peso no Brasil dos cinco principais entraves à produtividade apontados por executivos de todos os países pesquisados:
Problemas de comunicação interna: motivo apontado por 47% dos executivos;
Funcionários desmotivados: 24%;
Legislação: 22%;
Rotatividade de funcionários: 18%;
Qualificação ineficiente: 14%.
O item legislação está atrelado ao tempo gasto por funcionários com trâmites e procedimentos que poderiam ser mais simples. No Brasil, é o caso das obrigações tributárias. O sistema tributário do País é tão complexo que, de acordo com pesquisa do Banco Mundial e da PricewaterhouseCoopers, trata-se do item em que as empresas gastam mais horas com o pagamento de impostos e o cumprimento de obrigações exigidas pela Receita Federal. No total, são 2,6 mil horas por ano.
Já no que se refere à rotatividade de funcionários, Currito chamou atenção para outra constatação da pesquisa: a rotatividade é maior em empresas onde a comunicação de cima para baixo é mais problemática. Isso significa que a retenção de talentos não depende apenas das políticas de Recursos Humanos."
O problema da alta rotatividade de funcionários é muito mais profundo do que a questão salarial ou de benefícios. O profissional precisa se sentir capaz de realizar suas funções, precisa se sentir importante para a empresa", garante.
Por fim, sobre a falta de mão-de-obra qualificada, Currito afirma que a questão está ligada à falta de treinamento nas empresas, ou aos treinamentos ineficientes. "Treinamento é fundamental, mas ele deve ser aplicado no dia-a-dia do profissional. Há empresas que oferecem treinamentos que o funcionário não vai usar".
fonte: www.uol.com.br

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