quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Brasileiros poupam pouco pensando na educação

POR: SAYMON NOGUEIRA LIMA

Apenas 10% dos brasileiros que guardam fazem poupança para investir em educação, contra 42% dos peruanos de Lima, 39% dos venezuelanos da região de Caracas e 26% dos colombianos da Grande Bogotá.

A forma como os brasileiros lidam com o dinheiro foi retratada numa pesquisa divulgada nesta terça. De cada quatro pessoas que vivem no nosso país, só uma tem o hábito de poupar e isso nem é o que mais preocupa no estudo.
A casa com churrasqueira e tudo tem gosto de sonho realizado. É resultado de dinheiro suado, guardado por um bom tempo.
"O objetivo era a casa e deixar a casa do jeito que eu queria. Agora, falta mais a parte de decoração, acessórios, porque o principal já está feito", disse o engenheiro José Paulo Rodrigues.
Para a casa, um pouco; para a educação, quase nada. Uma pesquisa feita em 15 países da América Latina revela que a maioria dos brasileiros não guarda dinheiro e quando guarda dá um destino bem diferente daquele que é dado por nossos vizinhos.

O estudo mostra que apenas 26% dos brasileiros de São Paulo e Rio poupam até 10% do que ganham, um número que já foi maior.
"Isso, há dois, três anos, girava em torno de 30% das famílias e a prioridade ainda é ir às compras, ao sonho de consumo”, revela Fátima Merlin, coordenadora da pesquisa.
“Sempre pensei que dinheiro foi feito para gastar, não para guardar. Estou sendo sincera”, afirmou a costureira Terezinha de Souza.
Os 26% que guardam pensam primeiro em reformar a casa, em segundo lugar na lista das prioridades vem a compra do imóvel. Mas o que mais chama a atenção é que apenas 10% dos brasileiros que guardam fazem poupança para investir em educação, contra 42% dos peruanos de Lima, 39% dos venezuelanos da região de Caracas e 26% dos colombianos da Grande Bogotá.

"Acho tristemente compreensível. Numa sociedade em que as elites, as gestões, os políticos só colocam a educação muitas vezes como discurso, por que a população em geral valorizaria? Ela coloca a educação como uma coisa secundária”, analisa o educador Sérgio Cortela.
Apesar de tudo, o vigilante Rubens Correa se esforça para guardar sempre um pouquinho e investir no que considera mais importante. “Tenho uma filhinha de 11 meses. Então penso nela mais ainda. Você investir na educação é investir na poupança, na saúde, enfim, em tudo. Educação é a base”.

Fonte: http://jornalnacional.globo.com/

Um comentário:

Unknown disse...

por: Shirlane Gonçalves Do Val

A sociedade brasileira, reflete através de números medíocres,a preocupação que dispensa à educação.Quando digo que é a sociedade como um todo e não as famílias em particular, quero que se entenda o pouco caso que os governantes e os grandes meios de comunicação em massa também não vêem na educação um caminho germinativo, ou se o vêem tratam de elitilizá-lo para que o comando esteja sempre nas mãos de seus sucessores.